Idealizado háseis anos durante a antiga gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o projeto de reurbanização do Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, finalmente saiu do papel. As obras que começaram neste mês irão terminar em junho do ano que vem.
O projeto terá um investimento de R$ 80 milhões e a Prefeitura de São Paulo afirmou na manhã desta segunda-feira (10) que pretende conceder a manutenção do espaço público a iniciativa privada. A reforma do Vale do Anhangabaú é somente um dos 34 projetos existentes para a requalificação do Centro da cidade.
"A ideia é requalificar o Anhangabaú para que ele deixe de ser apenas um espaço de passagem para ser um espaço de convivência e de permanência, tomando como premissa a recuperação das características históricas dele com a presença da água [fonte]", disse o prefeito Bruno Covas (PSDB).
A administração municipal disse que pretende conceder para empresas privadas a responsabilidade pela manutenção do espaço. A Prefeitura não informou qual seria o valor gasto mensalmente com a manutenção do local.
"Tudo onera. É uma escolha manter o Anhangabaú do jeito que está ou requalificar ele. E a escolha da administração foi requalificar o Anhangabaú. Nós vamos ter agora um parceiro privado para fazer a manutenção dele, é um custo que se retira da Prefeitura a partir da exploração comercial do espaço. É bem melhor do que deixar do jeito que está por onerar os cofres públicos", afirmou o prefeito após ser questionado sobre o motivo da reforma antes de entregar o equipamento para a iniciativa privada.
Apesar das obras, o Vale do Anhangabaú não deixará de receber eventos nesse período, já que o projeto está sendo implementado em etapas, permitindo a circulação de pedestres.
"Em relação à concessão, é um problema parecido com os demais equipamentos públicos que estão sendo colocados. Nós estamos, sim, estudando com a Secretaria de Governo, que tem a aba Desestatização e Licenciamento debaixo dele, quais os modelos que poderão ser adotados de concessão principalmente em relação à manutenção do equipamento", declarou o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre.
A concessão deve incluir 13 pontos onde estão localizados prédios públicos, o Art Palácio, que é um equipamento da Secretaria da Habitação, além da área da esplanada do Vale para a realização de eventos. No entanto, o modelo só será definido posteriormente.Questionado se o projeto não seria uma medida higienista para afastar os moradores de rua que vivem no Vale, o secretário negou.
O projeto prevê a retomada da água no Vale do Anhangabaú. A água era a principal característica da região devido ao rio que corria ali e deu nome ao local. O local vai ganhar uma enorme fonte que vai emergir água de 850 pontos através de jatos molhando apenas o chão. Os jatos d'água serão controlados, podendo ser desligados, conforme a necessidade.
A área vai ganhar cafés, quiosques, floriculturas, ludoteca, além de sanitários. As pedras portuguesas serão substituídas por um piso uniforme com acessibilidade. O projeto prevê a valorização da questão ambiental, com a manutenção das 355 árvores e plantio e 125 novas espécies nativas.
A iluminação pública será automatizada por um sistema de LEDs, com diversos pontos, inclusive sob as árvores. Matéria do site: São Paulo São
Comments